28/12/2010

texto com maiúsculas e forte desejo

A idéia é deixar registrado que ouvir João Gilberto numa fresca noite de terça é delicioso,  apesar da ajuda naquela melancoliazinha de final de ano.
Estou feliz pelo término desses doze meses que marcaram fortemente a vida. Claro que o tempo deve amenizar as marcas, ele sempre faz. Só que a ansiedade deseja que o faça hoje, ou no 1º de janeiro, próximo sábado.
Dizem que nada muda.
Que esse lance de esperar que o próximo ano seja melhor é bobagem.
Que as coisas acontecem independente de ano.

Mas quer saber? Desejo muito que 2011 seja infinitamente melhor que 2010.
Quero mais porque sei ser possível. Sinto, acredito.
Desejo um ano de amores felizes, de muitos banhos de rio e mar, de infinitas boas lembranças, de muitos amigos, viagens, ...
De muita Clara na vida, de muita vida na vida de Clara.

Desejo mesmo.
E desejo o mesmo pra você.

27/12/2010

balanço do ano

ibitipoca, cumuruxatiba, itamonte, ilha grande, paraty, são pedro da serra, cascata, visconde de mauá, mudança, copacabana, tchau tijuca, dez, rio de janeiro, música, filmes, livros, saídas, 2010.

ano vivido, com coisas muito boas e muito ruins, todas passadas, quero 2011.
muito.

22/12/2010

registros de um dezembro

final de ano sem tosse, sem sono, com praia, comigo.
olhei o segundo caderno e a vontade foi de tudo, mas hoje, só hoje (?), optei por nada. mentira. optei pela paz, pela reflexão, pela soneca da tarde. provavelmente a responsável pela ausência do sono, neste momento. mas ela não está só. está com o fim do ano também.
e com esse saudosismo que me faz ver três filmes seguidos, matando a saudade da sabrina, com os milhões de filmes, da fernanda e do van gogh, com o filme do primeiro romance de jorge, meu amado, baiano, jorge amado.  aquele que li na escola. fazem anos, aliás, como passam rápido! ficou a impressão, sempre fica. leveza e pensamentos, uma combinação meio excêntrica para uma quarta-feira à noite, ou primeiras horas de quinta, que seja.
é com essa que eu vou.

14/12/2010

03/12/2010

três do doze

coisas que poderiam ser consideradas bobas, como o prazer em olhar o pó molhado do café recém nascido, expressivo mas não expresso no seu sem pressa, sem qualquer pressa, geravam uma sensação de vida que fazia com que quisesse mais e mais, a cada dia, a cada abrir de olhos numa manhã cinzenta ou colorida.
seu vocabulário de poucas palavras, não permitia a compreensão dos seres de muitas palavras,
sua compreensão viria dos seres de muitos sentidos.
foi assim, como nas músicas que cantam histórias de amor, que começou aquele terceiro de novos dias.

01/12/2010

oração a um (de) dezembro

dezembro, seja bem vindo.
trazendo os últimos suspiros desse estranho dois mil e dez, seja amável.
ajude a fazer valer, já que seus antecessores não fizeram.
nos encha de esperança e novas idéias, nos ajude a acreditar.
passe, porque tudo passa,
mas não esqueça de deixar sua marca em forma de boas lembranças.

29/11/2010

espaço, intervalo entre limites

ainda em tempo, te marco.
registro para marcar o cansaço,
cansaço contrastando com a felicidade pelos bons resultados.
claro que isso nos espaços em que se pode assumir a condição de saber o que se sabe,
nos espaços onde há espaço.

--

"espaço
s. m.
1. Intervalo entre limites.
2. Vão; claro; lugar vazio.
3. Tempo (em geral).
4. Tempo (em que se opera).
5. Tempo (que medeia entre duas operações ou actos!atos).
6. Capacidade (de lugar); lugar; sítio.
7. Imensidade do céu.
8. Tip. Peça com que se formam os intervalos na composição.
adj.
adj.
9. Bras. Norte Diz-se das reses que têm os chifres dispostos horizontalmente.
a espaçosde tempos a tempos; de distância em distância.
de espaçodevagar; pausadamente."

04/10/2010

quatro do dez

quero escrever, não sei o quê.
registrar este querer é o que preciso fazer.
preciso agora, sem data, sem hora.
preciso por mim, por isso sem fim.

07/09/2010

sete do nove

uma coisa, dentre inúmeras outras, que fez os anos de a análise valerem a pena foi a compreensão de que amar é ser livre. se relacionar, amar, namorar, estar junto, não significa morte para todo o resto. significa vida. e estar viva me faz sentir o sangue pulsando, o coração batendo, balançando pra lá e pra cá, me faz querer respirar, ouvir, ver, sentir, sentir intensamente, ter dúvidas, chorar, rir muito, me saturar disso, de tudo. a mesma liberdade que me coloca em dúvida, me permite escolher voltar pra casa e ficar nos seus braços, falando amenidades, ouvindo uma boa música e achando que aquele instante deveria durar pra sempre. amar é, realmente, ser livre.

02/09/2010

dois do nove

São tantas coisas acontecendo que os pensamentos se perdem nos espaços que não existem,
E as palavras se escondem no vácuo,
Se perdem dos dedos, da boca,
De você, de mim.
Tudo tão rápido, tudo tão denso, conversas, essa dor de cabeça, o sol calorento, tudo tão incerto...
Será que amanhã chove?
E essa praia aqui ao lado,
Queria um mergulho, agora,
Despida,
De tudo isso,
Vestida,
De vida,
Da vida naquele instante.

01/09/2010

um do nove

uma construção fragmentada por tudo, por todos,
sem fala, pensamentos voadores, concretos,
pensamentos.
amor transbordante.

14/08/2010

ibitipoca


estou aqui, bem aqui, com esse frio gostoso, sentindo o céu, ouvindo a ceu.
e meu pensamento voa praí…
devem ser as coisas bonitas que sinto nesse momento e queria escrever pra ti, em ti, meu espaço.
meu único e verdadeiro espaço.
meu, só meu.
em ti posso escrever coisas loucas, sentimentos feios, histórias de amor e angústias.
em ti posso ser o que quiser ser.
aqui eu sou o que quero ser, sem medo.
com vontade de mais, demais.
minha serra, quem diria que me apaixonaria por você… logo eu, criatura da  praia, do mar, de pés na areia fofa, pele vermelha da mistura veraneia que o sol e o sal provocam.
eu, apaixonada por ti, frio, rede e coberta.
tiro todo o volume e o que me vem são os sons dos passáros, que desconheço o nome, mas vejo belos, som de trabalho de quem aqui mora, som de conversas e das crianças,
longe, lá longe.
o que será que tanto falam?
sei lá, quero mais, ouço o som.

05/08/2010

cinco de agosto

abro o livro e só por tocá-lo: vida.
dele chovem memórias,
o livro nunca lido,
não por inteiro,
o ele profundo e os outros eles,
ele que me lembram sempre,
ele caeiro, ele pessoa, ele.

04/08/2010

quatro de agosto

sei lá,
queria não escrever tanto sobre mim,
mais sobre a podridão da política, os absurdos nos jornais diários, as discussões sociais, filosóficas...
mas,
não tem jeito.
é a autocrítica (com ou sem hífen, separada ou não, a u t o c r í t i c a),
cada vez mais forte.
então corro par cá,
e escrevo qualquer coisa, 
qualquer coisa, como já disse antes, que me libere para uma noite de sono tranquila.

sei lá,
deve ser esse lance de sonhar e querer a paz do mundo...

ai, confusão!

só sei que não sei, 
não sei, 
mesmo.

where should i go?

30/07/2010

trinta do sete

o leitor.
início na noite de ontem, término nesta manhã.
o sono é sempre maior, sempre.
vi o cartaz há um tempo, no trajeto diário,
não peguei imediatamente,
e resolvi ver ontem,
tenho andado com mania de filmes...
lindo, denso.
do tipo que faz pensar,
pensar muito,
analogias com formas de trabalho,
com caminhos seguidos.
uma certeza me deu nesta manhã, só não sei por quanto tempo:
o vazio das frases não ditas pode causar estragos enormes.
o espaço,
o espaço do não dito quando se tem algo a dizer me incomoda,
sempre incomodou.
aceito e até gosto do silêncio quando, acredito, necessário.
o silêncio da reflexão, o silêncio do evitar discussões bobas...

também pensei na vergonha e no orgulho,
até que ponto essas duas palavrinhas, esses dois sentimentos, essas duas características podem fazer uma vida seguir por caminhos que não se quer (mas se deseja? não sei...)?

sei lá, preciso digerir melhor tudo isso.
aliás, nos últimos tempos tenho tentado digerir tantas coisas...

27/07/2010

vinte e sete de julho - parte 2

, não não não,

na verdade é tanto espaço que me perco,
queria mesmo escrever sobre precisar dizer que a felicidade anda comigo, aqui, bem ao lado, mas não consigo escrever esse clichezão, não consigo chegar até lá porque roubam minha atenção por todas as arestas, com todas as cores e sons
me puxam para longe,
por onde seguia.
bola quicando, memories, bloco unico, musica pra balaçar, cão latindo, ela gritando, eu ouvindo,
é, é sempre tanto,
tudo é sempre muito, grande, intenso,,
tudo menos algo,
um gosto por escrever frases curtas,
pontuadas,

mas não, ainda não era sobre a felicidade andar de mãos dadas,
preciso mesmo escrever sobre as flores que ganhei no final de semana,
uns girassóis (são mesmo girassóis? esse plural está certo?),
brancos, são brancos,
estão murchando,
e os amo, os amei, os amarei.
quero escrever sobre as deliciosas manhãs de inverno e caminhadas na praia, sobre a minha técnica fabulosamente fabulosa, sobre os medos, as curas e as curvas, sobre a repetição.
a repetição que tanto repito.
as repetições que me mantém viva, viva e lembrante.
lembrar pra repetir, repetir para lembrar.

vinte e sete de julho - parte 1

,
é tanto espaço, tanto caber, que ainda não se sabe como administrar,
é tanto amor, tanto cansaço, tanto querer, tanto sono, tanta paz, tanto calor,
tanto, tanto, tanto...
muito tudo,
tom, som, cor, ação, vida.
vida,
é tanta!
que cabe em mim,

22/07/2010

sabrina

as palavras que saem não me agradam. momento pós filme, saudade da amiga. até comprei um trident de londres pra ver se diminuia, nada feito.
ta aqui, apertando.
sei lá, melhor sentir.
deixo as palavras pra depois.

vinte e dois de julho

ontem, dia sentido,
ontem,
flor da pele,
ontem, filme, faculdade, trabalho, sofá, cama.
ontem, dia sentido.
hoje, dia calmo.
amanhã,

30/06/2010

trinta de junho

naquela noite, sabe-se lá por qual motivo, sonhou que mais uma vez era abandonada.
abandonada antes mesmo de começar.
era uma casa grande, em copacabana, tudo uma bagunça, criança, empregada, comida por fazer e a analista. a analista loira e diferente das que já tivera anteriormente. a analista que dissera que não poderia tratá-la.
quando soube ficou desolada – por dentro, claro. nunca foi de deixar sua fraqueza aparecer francamente. nunca. não nessas situações.
e, de repente, um conforto. não ficou sem dizer – ouvir – nada. aquela seria a última mas ouviu umas coisas que valeram. acordou sem lembrar de todas. uma ficou. a estranha zen analista lhe comparou a um lírio fechado, um lírio prestes a abrir, a florescer, a se tornar belo. isso a fez esquecer da sensação de abandono. fixou-se na idéia de que um dia o lírio se abriria para a vida.
acordou sem querer. tomou banho. perfumou-se. vestiu-se de longo, partiu para a vida.

29/06/2010

vinte e nove de junho

coisas passam, vida segue,
e essa sensação.
de perda, de não pertencimento,
qual máscara me cai melhor?
com que roupa eu vou?
informações aceleradas, cabeça lenta, inflexibilidade a flor da pele.
eu, logo eu, que sempre me achei tão flexível.
quando me pego flexibilizando, não tenho posicionamento,
quando não acontece, sou durona, caxias, quadrada.
difícil achar um meio termo.
preto no branco.
tudo ou nada.
quando comecei?
será que vai até o fim?
tantas perguntas...
não sei respostas,
você sabe?
eu quero leveza.
deixem-me pensares, pesares!
eu quero que a leveza seja sustentável,
tchau kundera,
deixe-me no vazio.
não o vazio sem respostas.
o vazio sem perguntas.

22/06/2010

ufa

tudo quebra, tudo vai,
guarda-chuva, celular,
computador,
até o rabo do gato,
prende, machuca,
sei lá.
incêndio no prédio,
informação em carregamento.
loading.
estranho o tempo,
frio bom, sol escaldante,
corpo cansado.
corpo presente,
roubando livros,
palavras,
significados.

09/06/2010

nove de junho

mania de deixar tudo pra última hora,
olhos pregados e textos pra ler -
pramanhã...
a tv mostra festa junina,
e eu quero são joão, são pedro e santo antônio.
quero todos santos - a bahia - e o quentão,
pra me aquecer, pra (m)enlouquecer,
quero isso,
agora,



de volta à história.

02/06/2010

reflexo das aulas literárias da damasceno

um tempo de instantaneidades, num você faz, no outro desfaz.
pronto, ninguém viu.
.
.
.
mas e as minhas questões?
e a conversa, olho no olho?
.
.
.
num tempo de instantaneidades, aparece o medo.
o medo de falar e não poder apagar.
o medo de não parecer a mesma pessoa que escreveu esse texto,
o medo das aparências.
da desconstrução da aparência que quer pra si.
.
.
.
as palavras que saltavam da boca se tornam calculadas, pensadas e repensadas,
pensadas antes, se não, depois.
medo.
um tempo de instantaneidades e o medo do outro.
o outro outro.
os seus outros.

25/05/2010

vinte e cinco de maio

abafam-me: os sons, a não-simplicidade...
ocultam meu som: os significados mirabolantes, o não obvio, as pretensiosas pretensões.
meu obvio parece mais poético do que qualquer poesia inventada, qualquer palavra falada, qualquer significado agregado.
meu obvio é minha poesia.
se é que isso pode ser chamado de poesia.
meu óbvio é o olhar, é o sentir.
expressar na palavra viva e morta.
morta por ser palavra.
morta por ser falada.

16/05/2010

Vida vivida, vida corrida.
O que farei eu da minha vida?
Um mar de mistérios,
Caminhos previstos…
Como escrever poesia com esse tempo sem tempo?
O cedo acordar, a noite virar,
O trabalho que consome,
O amor que nos une.
Isso é vida,
Isso é tempo.
Sem tempo.
Tempo.

28/04/2010

vinte e oito de abril

mudou,
os anos passaram e mudaram o mundo,
o seu.

mu-doi, num escorregar de letras por entre os dedos teclantes.
letras, palavras, sentido.
sentindo a mudança.

12/04/2010

eu sempre quero mais

Era segunda-feira, dia de início.
Dia de início de mais do mesmo.
Dia de início do mesmo novo.
Era segunda-feira, dia de dúvidas, questões, cansaço, novidades.
Dia do mais do mesmo.
Mesmo novo.
Era segunda-feira.
E segunda-feira era dia de contagem regressiva para o próximo final de semana.
Contagem regressiva para os momentos rápidos e eternos.
Lentos e ternos.
Por ser segunda-feira os dias precisavam passar mais rápido para novamente estarem juntos, brincando, beijando, sendo.

26/03/2010

vinte e seis de março

doces bárbaros, brigadeiro,
doces bárbaros, visconde de mauá,
doces bárbaros, música gostosa,
doces bárbaros, geração em transe,
doces bárbaros, amigo querido,
doces bárbaros, tropicalismo,
doces bárbaros, bárbaros doces.

24/03/2010

...a da vez...

"Nada a temer
Senão o correr da luta
Nada a fazer
Senão esquecer o medo
Abrir o peito à força
Numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura

Longe se vai sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir o que me faz sentir
Eu, caçador de mim"

18/03/2010

dezoito do três

duas meninas.
tão próximas e tão longe.

o que valeu registrar foi a idéia de que nada adianta a análise se a mudança não começar pelo analisado.
fazer análise para mudar o externo não pode dar certo.
a análise ajuda a compreender questões para lidar com o mundo externo mais facilmente.

17/03/2010

dezessete de março

gosto de janelas e portas,
do movimento de folhas no outono,
das cores da primavera,
do calor do verão - por que não?
gosto da companhia sempre bem vinda do inverno,
gosto de você.

sempre.

comigo.

05/03/2010

não-literário

Aulas de literatura brasileira, conhecimento de estilos e diversos métodos que permitem com que se faça uma análise de textos.

A cada vez que ouço falar disso, me vejo mais longe de qualquer possibilidade de acreditar que escrevo bem.

Às vezes penso que escrevo sempre as mesmas coisas, as mesmas coisas. Mesmas. Coisas.

Besteiras que circulam pelas cabeças embaralhadamente pensantes de seres que passam muito tempo sentados entre as andadas e paradas dos ônibus pelas ruas da cidade...

Saindo da aula segui direto para a livraria, precisava ler. Literatura. Ficcional.
Algo que me prendesse e mostrasse tudo o que vi nas aulas enlouquecedoras e adoráveis de Diana.
Fui aos meus bons e conhecidos Clarice e Hatoum.

O Milton está longe, muito longe - do que eu conseguiria escrever...
Envolvente e surpreendente, apesar de sua marca estar sempre presente em todas as obras escritas por ele e já lidas por essa "escritora" fajuta.

Clarice, através de suas múltiplas personagens, sempre tão próximas, atrai-me tanto que passaria horas, horas e horas,
dias inteiros! lendo suas frases sempre tão fluidas.

Comecei, hoje, por ela.
Recomecei, pra não mentir...
Reli o que foi meu primeiro contato com sua obra: "Os Desastres de Sofia".
Ganhei "A Legião Estrangeira" na adolescência. Por incrível que pareça, da minha mãe.
Coitado, ficou encostado por anos... será que a resistência foi à Dona Terezinha?
Pode ter sido.
Aos vinte e dois, fui presenteada com "Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres".
Uma aprendizagem E o livro dos prazeres, eu diria.
É sempre um prazer lê-la.

E eu, nessa história toda?
Continuo sentada, batendo rapidamente nos caracteres deste teclado cinzento, tentando sair da farsa e encontrar algo que...
Reticência substitui o 'não sei'?


23/02/2010

aos meus amados amores

Chegando ao fim do ano, o pessoal.
Último dia com 24, a partir das 22:45 do dia 24, viverei os primeiros momentos dos 25.

Estive pensando que a vida pode ser comparada a um projeto.
Não é por acaso que alguns a chamam de "projeto de vida".
Todo projeto tem começo meio e fim, tal qual nossas vidas.
Todo projeto tem objetivos, justificativa... também tem as expectativas em relação às respostas de outros.
Todo projeto tem marcos.
Toda vida tem marcos.

Foi pensando nos marcos da vida que, ontem, descobri a semelhança.

Nesses 24 anos, tive alguns marcos.
Ora positivos, ora negativos.
Marcos.

O mais recente, foi aos 22 anos, quando resolvi definir meus objetivos e dar motivos que justificassem a minha existência.
A justificassem para mim.

Meu 21º ano foi delicioso, rodeada de amigos queridos, cerveja, rodas de samba - aliás, samba era só o que eu ouvia e dançava. Às vezes abria um espaço para o forró, nunca para o rock.

Comemorei a nova idade da melhor maneira.
Ao lado de amigos queridos, ao som de muito samba, feijoada, cerveja, confetes e serpentinas. Era fim de carnaval!

Mas como todo carnaval, minha fase foliã extremista teve fim.

A necessidade de encontrar meu caminho me atormentava com a chegada dos 22 anos.
Sentia que precisava fazer algo por mim.
Algo além da folia, que ainda amo - mas não me preenche por completo.

Então pesquisei um curso superior que me interessasse.
Encontrei.
Negociei.
Poucos dias depois do lendário aniversário, me matriculei.

Na hora extra que ganhei naquele dia 24 de fevereiro, graças ao horário de verão, sem esperar, conheci meu novo amor.

Na mesma semana, fui chamada para ser hostess de uma casa noturna que estava prestes a ser inaugurada.

Minha vida deu uma voltinha pouco modesta: de funcionária da lojinha de fotos ao lado de casa à hostess de uma casa de um dos maiores grupos de casas noturnas do Rio e à produtora cultural; de solteira, livre, leve e solta à felicíssima com um novo amor; de sem rumo ou perspectiva sobre a vida acadêmica à mais nova aluna de Produção Cultural.

Amei, sofri, tive crises, muita saudade, muitas viagens.
Continuei a viver no devir, com objetivos diferentes.
Cresci.

Sinto que terei bastante novidades aos 25, afinal, é o famoso 1/4 de século.
Isso me assusta um pouco.
Mas estou feliz com as minhas escolhas, sentindo o chão firme.
Não por isso menos macio.
Chão com pedras que dão uma carga de adrenalina e outra de tranquilidade quando ultrapassadas.
Chão por onde quero caminhar por muito tempo.

Com mudanças necessárias, com amores, vento no rosto, banhos de mar, cachoeiras e chuvas, sambas, rocks, sons, luas cheias, passeios de bicicleta, sorrisos, abraços, amigos e saudades. Por que não?

Quero sempre os bons tempos hoje, para serem passados bem lembrados.
Gostosos, tal qual o meu 21º ano de vida.

Vamos comigo?

17/02/2010

bom começo



desde que a descobri em imagens e sonhos,
sabia que seria paixão real.

bahia de caymmi, de bethania e ivete,
bahia de vilma, vinha e fernanda.

cumuruxatiba, extremo sul da bahia,
me recebeu com um sonhado banho de mar num fim de tarde.

viagem de horas, acampamento, mordidas de mosquitos, sotaques...

cumuru,
lugar de dona isabela, suas roupas bem costuradas, sua casinha encantadora e seu cafezinho três corações.


cumuru,
lugar onde pedalei, pedalei e pedalei por quilômetros,

pra conhecer o olhar encantador de daniel e o delicioso mar do cahy.

cumuru, lugar onde passei o carnaval mais tranquilo e dos mais felizes da vida, na vida.


31/01/2010

trinta e um de janeiro

uma bobagem, um teste no facebook.
não poderia ser mais perfeito.
e, mais uma vez, viva vinicius!

"Cheguei. Sinto de novo a natureza
Longe do pandemônio da cidade
Aqui tudo tem mais felicidade
Tudo é cheio de santa singeleza
Vagueio pela múrmura leveza
Que deslumbra de verde e claridade
Mas nada. Resta vívida a saudade
Da cidade em bulício e febre acesa
Ante a perspectiva da partida
Sinto que me arranca algo da vida
Mas quero ir. E ponho-me a pensar
Que a vida é esta incerteza que em mim mora
A vontade tremenda de ir-me embora
E a tremenda vontade de ficar."

25/01/2010

vinte e cinco do um

engraçado...
hoje na viagem estava pensando nas mudanças da vida.
na verdade, me questionando sobre as minhas escolhas e certezas atuais.
não que eu não goste da minha vida atual, longe disso!
mas questionando se todas as coisas, todos os pensamentos, todas a certezas, são tão certas assim... sabe como é?
lembro que em 2005 tinha certeza que morar num interior desse 'paísão', numa casinha no meio do mato ou perto de uma praia tranquila seria suficiente para eu ser feliz.
queria viver pela simplicidade das coisas, queria viver para a simplicidade das coisas, ouvindo música boa, fazendo coisas boas...

hoje, ainda penso em morar num lugarzinho afastado, longe da tumultuada metrópole ou, quem sabe, longe de qualquer tumultuada metrópole.
mas é diferente.
hoje a metidez tomou conta.
e o conforto parece fazer diferença.
nada mais de simplicidade,
viver no mato só depois de velha,
aonde eu iria trabalhar?
formada, sem um emprego na área?
que coisa!
e a cama king?
e a tv de led?
e o notebook com internet sem fio?
e os filhos, como seriam criados?
e... , e..., e..., e..., e...??????

não sei se eu não seria feliz em 2005 se tivesse me tornado o que sonhava na época.
talvez sim.

vinte e cinco de janeiro

vaidade!
tome cuidado...
sem filosofia,
sinta,
siga.
cuidado!
tire vaidade...

15/01/2010

2010

Descartei a super postagem retrospectiva de final de ano e, admito, por uma preguicinha daquelas...

No entanto, não posso deixar de dizer que 2009 foi um ano bom.

Muitas coisas aconteceram - suavemente, quase sem deixar rastros.

Aconteceram.

E ficaram lá, no passado 2009.

Parte do que passou ficou por aqui, superando, em números e, acredito, em qualidade, os anos mais velhos.


2010 começou, apesar da festa que oficializa este início só vir em fevereiro, pouco antes dos meus 25 anos.

25 anos... como passa rápido!

Cada vez mais me dou conta de como é viver a vida adulta: não sentir o tempo passar pela quantidade de responsabilidades, mantendo sempre o compromisso de viver e ser feliz.

Aliás, o compromisso de viver e ser feliz é o que tenho certeza que foi, é e será meu fio condutor nessa louca aventura.

2010 começou com calma, medo, viagem, felicidade, prazer, diversão, chuva, sol, promessas, trabalho, amor, saúde... começou como todos os outros começos e, como não poderia deixar de ser, muita esperança. Que seja um ano de grandes inspirações!

11/01/2010

paradoxos

fim do caminho, início do mesmo - outro.
se foi, chegou,
novas esperanças, velhas esperas...
tudo novo, tudo igual.

leitura nova, idade velha,
com segurança, insegura,
cansaço, esperanças.