21/09/2014

sobre hoje, últimos momentos... sobre bolos.

é assim, o dia está chuvoso e o nó na garganta não desce, não dilui, não desfaz.
é assim, resolvi mudar tudo e... aí?

e aí?

é assim, andei pensando na vida e pensei em fazer um bolo.
nã-não, fiz uma analogia com o fazer o bolo (embora o bolo real esteja entalado na garganta).

foi assim:
há pouco mais de um ano investi meus melhores (?) ingredientes numa massa de bolo diferente. misturei, fiz. e enquanto isso, ri, chorei, mexi e remexi. volta e meia adicionava uma pitada disso, outra daquilo, às vezes achava que estava a massa mais saborosa do mundo. noutras, que estava uma merda.
o fato é que não deu liga, mas insistente me descobri e mantive mexendo, acrescentando tudo que sentia ser pertinente, nos momentos em que iam me surgindo.

é, não deu liga.

resolvi refazer, então.
com coragem para o desapego daquele bolo que estava fadado ao fracasso.
começando pela mudança de um ingrediente básico.
estudei, senti, estudei, senti, resolvi arriscar.
e agora, no momento do risco, porque arriscar é por-se em risco, me pergunto se outros ingredientes não seriam melhores.
apesar disso, percebo que não são só os ingredientes que fazem a delícia do bolo, mas a dedicação das mãos que mexem, do cuidado dos momentos em que cada coisa entra, do forno pré aquecido (quentinho, quentinho... aconchegante), do momento certo da conferência de seu crescimento.
arriscando novos e velhos ingredientes.
com cuidado a cada nova etapa.
com disposição, pero no mucho, as mãos andam cansadas.
e o coração continua a caminhar.