21/07/2013

ai, meu péi!

samba, risos, choro.
intensidade.
montanha russa.
uôôôu!
chico, circo, domingo.
cama, pé pro alto.
laranja.
a cor, a fruta, a não-unha.
a tarde, a brisa, o inverno.
o om que quer sair,
o sem querer.
as vontades, desejos,
o cansaço.
o computador.
o calor.
o vermelho.
o sangue.
AMOR.
a vida.
os cachos.
o cerrado.
a viagem?
a fruta roxa,
o brinco de viúva.
as lembranças.
os desejos.
a repetição.
o barulho das teclas. negras.
e o dos carros. coloridos de cinza.
e o dos bares.
e todos os meus.
barulhos de mar de dentro.

e tudo isso pra dizer que pequenas distâncias se tornam quilômetros diante de um pé quebrado.

08/07/2013

registro necessário

"vou te contar uma história. lá na rua onde eu morava, tinha uma vizinha que colecionava pedras e amarrava com palha, com linha, fazia colares...
e ela, quando olhava, sentia.
olhava sentindo.
assim, que nem tu.
e essa moça passava paz pra todo mundo que cruzava o caminho dela.
assim, que nem tu.
.
.
.
e essa moça era tu."

mente calada, coração falante.

merece o registro

- vó, parabéns!!!
- obrigada, minha clarinha! senti sua falta hoje...
- pois é, eu estava trabalhando. vó, quanto anos você faz mesmo?
e ela, prontamente:
- 76!
- diminuiu dois, hein, dona marinette!
(gargalhadas de ambos os lados)
e a resposta de minha senhorinha:
- tem que ser. se eu falar a real, tomo até um susto!

05/07/2013

ecodela

vamos morrer,
é isso.
um dia esses olhos hão de deixar o corpo físico,
hão de ver as coisas de outra forma e,
quem sabe,
entender essa
(linda e louca)
experiência: vida.
vamos morrer.
e o que fazer pra não torná-la apenas passagem?
mergulhar nas letras?
nos livros?
se afogar em teorias?
se jogar em todo e qualquer...
todo o qualquer?
se entregar a quem...
a quem?! ao que?!
o que fazer, pergunto.
a ela ecoa.
oa, oa, oa.
a resposta pode ser viver,
mas é tão amplo,
vazio se torna.
e no vazio ecoa.
oa. oa. oa.