29/11/2011

reflexões sobre... um dois mil e onze, uma monografia, uma conclusão.

a amiga voltou, outra se foi. nada que mude muito a rotina dos dias cheios nos onze meses que (quase) se foram. a monografia me espreme até que chegue o segundo dia do último mês, na esperança de uma pequena prorrogação do prazo. não que o tempo tivesse sido curto. só a administradora é que não soube utilizá-lo tão bem. ou soube... (?) é, acho que soube. mas agora os ombros estão tensos. amanhã trinta, depois primeiro, depois dois. pluft, chegou. e agora? ainda não tinha notado o quão próximo está. o miolo quase pronto, mas e o início? ok, começar é sempre fácil. mas e o fim? o fim é o parto. parir deve doer. então o fim é evitado. agora não dá mais. é fim e ponto.

20/11/2011

a beleza dos pedalinhos

(há alguns anos, no início desses tecnológicos anos 2000, quando ainda frequentava shows de rock independente e trabalhava na lojinha de fotografia ao lado da casa que não é mais minha, coloquei na assinatura do e-mail a frase "a beleza está nos olhos de quem vê".
tirei um tempo depois, sei lá porquê - sei lá também se esse "porquê" continua sendo dessa forma com a nova regra ortogáfica.
há menos de uma semana, em conversa com amigo - de vida e guia de carnaval e proclamação da república - e sua companheira, ouvi a frase que me remeteu àquela clara.
tirei da assinatura mas continuo concordando.
hoje, escutando ludov - que não ouvia desde a época em que usava a frase na assinatura do e-mail, fui visitar o album de uma amiga das letras, cujo olhar é um dos mais poéticos que conheço. a bárbara, super companheira de showzinhos underground e mais uma amiga querida da vida, na vida.
me deparei com uma imagem de pedalinhos abandonados, esquecidos. e que poderiam ser feios, pelas marcas do tempo.
linda foto.
olhar delicado e perspicaz. olhar sensível. vejam só: http://www.flickr.com/photos/barbaraporto/5484365344/in/photostream .
babi registrou, dando mais vida ao sentido que a frase sempre teve pra mim.
cores, cores, cores. é essa beleza que meus olhos buscam. cores, ainda quem em paisagens em preto e branco.)

15/11/2011

nem era sobre isso que eu queria falar, mas eu viajo e os pensamentos acabam levando para outros caminhos. caminhos bastante diferentes do que planejei, mas queridos. caminhar, viver! ser, estar!
queridos porque os quero. e como!
a felicidade de estar viva e ser isso me basta.
não, não me basta respirar.
sim, me basta saber que a cada nova inspiração tenho a chance de ser.
ser o que sou e tenho sido, sempre na busca do melhor, embora ainda haja muito a ser aprendido.
ser essa eterna aprendiz, quem sabe.
ser essa pessoa que aprendeu a amar (e preservar) a terra, o mato, as árvores. mesmo que não seja grande conhecedora, sem lembrar das aulas de biologia nunca aproveitadas.
ser essa pessoa que continua amando o mar.
que não deixa de amar o que sempre foi em detrimento do que passou a ser.
amar.
ser essa pessoa que ama.



04/11/2011

o horóscopo me diz coisas pertinentes mas a vida caminha sem me dar tempo de lembrar. e eu não lembro mesmo, quase nunca.
hoje faz um ano que vivi a dor de amigas queridas e, em um ano, quanta coisa mudou. ando querendo digerir a vida, esquecendo (novamente  o esquecimento) aquele mandamento de que viver ultrapassa qualquer entendimento.

e estar é o que me vale, junto ao ser.
estar sob o sol, estar com você, estar aqui, digitando, pensando, sentindo. não necessariamente nesta ordem.
estar sendo.

27/10/2011

vida colorida,
vestido, sol, amigos, trabalho, música, cerveja, namoro, conclusões.
e mais, muito mais.
amando, amando!

22/08/2011

"tem dias que a gente se sente,como quem partiu ou morreu".

nasceu mais um dia, mas nesse dia nasceu com a sensação da música que roda, nas voltas do coração.
quanta objetividade que não tem, quanta saudade que não larga,
quanta saudade que, ao contrário da música, não é carregada pra lá.
as voltas que fazem se perguntar o tempo inteiro se é isso mesmo.
as flores ajudam a levar tudo isso - que pode ser um equívoco, adiante.
o tempo roda e o descanso não se completa, difícil renovação.
e as sensações constantes, intensas, presentes.
a roda viva gira.
e eu continuo tonta.

26/07/2011

vida

na quarta queria não voltar. cansaço. na quinta preparou um chá, na sexta tomou um chopp, na terça pensou em viajar. felicidade. assim vai sendo. há momentos em que o melhor remédio é respirar e deixar passar.

18/07/2011

.vai passar.2.

aprendi a escrever nas entrelinhas, em códigos que, às vezes, passado um tempo, os olhos e mente não reconhecem,
a vida passa, as coisas passam.
vai passar.

.vai passar.1.

secura.
seca das palavras flutuantes, árida como o solo infértil.
cansaço provocador. provocador de insônia, provocador de mais cansaço, provocador de olheiras.
provocador de sonhos diários. e indesejáveis.
vai passar.

26/05/2011

um falso jardim pra certezas arraigadas. o medo e a insegurança escondidos num fundo de alma densa, repleta de dúvidas e desejos. talvez seja o fim do ciclo, dos ciclos vários e a incerteza maquiada pelos discursos firmes e aparente segurança. sim, é o fim do ciclo tão esperado. a voz quase não sai por imaginar o poder que ela tem diante do que se deseja. e como lidar com o ter o que se deseja?
toda ânsia por aquilo que tanto se quer, diante da possibilidade de se tornar real sai com palavras sem tom, sem cor, sem som. e o receptor, não consegue acreditar que os olhos expressivos se tornam palavras trêmulas, sem coragem de ser. as expressões demonstram a fraqueza escondida em gestos trêmulos e rápidos, como se fosse necessário se livrar daquele instante tão próximo, um quase chegar.
não sei ao certo aonde esses dedos guiados por um sentir profundo estão nos levando.
sei que, de alguma maneira, as palavras precisam ser ditas. sem medo, sem bochechas vermelhas, com voz. e se rolarem as lágrimas, que lavem e limpem.
e que tornem o jardim real, com certezas provisórias.
provisórias como a vida.

03/05/2011

Permita-se

Jogando cartas em dupla com meu irmão em um sistema online, me deparei com algo que, naquele momento, me confundiu. Estávamos no mesmo quarto, eu em um desktop e ele em um notebook. Às vezes olhava o jogo dele para ver as jogadas que poderíamos fazer, mas não entendia muito bem que no computador dele, a posição que ele ocupava era a mesma que eu ocupava no meu, então, imaginava suas cartas como minhas e me esforçava para lembrar de jogos que eu não tinha planejado. Em vão, claro. O jogo era dele.
Muitas questões me surgiram a partir desta simples situação. A mais gritante, não fugindo ao que imagino que você esteja imaginando, é a em torno do olhar sob um ângulo diferente. Quão incrível se torna ver o mesmo jogo sob um ângulo completamente distinto! Mas é um exercício difícil, pois é preciso estar desconectado de si(?), do seu centro como centro universal.
Não sei se a última frase exprimiu exatamente o que eu quis dizer, inclusive porque a lendo descolada do contexto, soa bastante controversa com meus pensamentos e convicções(?) dos últimos anos. Mas o que somos se não seres em mutação e, por isso, contraditórios? É uma relação meio esquizofrênica, na verdade: ao mesmo tempo em que você deve ter consciência de si e, normalmente, precisa estar centrada no seu eixo, não pode deixar de praticar o olhar de forma diferente. Diferente da maneira como se olha frequentemente, diferente do que acredita ser o único meio de se ver, por ser seu.
Escrevendo me obrigo a refletir e percebo que aqui, no espaço em branco em que as idéias se tornam palavras, frases, parágrafos, não é tão esquizofrênico quanto parecia ser inicialmente. Talvez essa realação siga a mesma lógica do ser feliz, mas estar triste. O que quero dizer é que, talvez, existindo um centro, ou melhor, existindo a consiência do que se é, se pode experimentar ser outros em determinados momentos. É como andar no Centro da cidade tendo alguns bons pontos de referência: você anda, anda, experimenta o pavor de estar perdida, mas quando menos espera, encontra um porto seguro, o ponto de referência.
O difícil, no entanto, ainda é conseguirmos nos dar a chance de experimentar o olhar diferente, ainda que num mundo em que seja permitido experimentamos ser todas, muitas, diversas.

24/04/2011

entre o céu e o firmamento, vagam pelo tempo

A consciência de ser pensante chegou cedo, mas isso não significa que, a partir dela, os pensamentos se descomplicaram. Não, não mesmo.
Continuaram sendo pensamentos, daqueles que insistem em percorrer caminhos. Desconhecidos ou não, caminhos.
Eram pensamentos que a isolovam da compreensão alheia.
Embora pensasse que às vezes sem sentido, eram muito sentidos. Sabe essa coisa do passional? É isso, pensamentos movidos pela paixão. Talvez, por isso, não tão fáceis.

01/04/2011

reflexões sobre pontuação num primeiro de abril

pontos serviam para marcar o que queria dizer, com a intensidade que queria passar.
o final, marcaria o fim do que foi ou poderia ter sido. o fim de uma vida vívidamente inventada.
mas a tal menina rosa insistia nas exclamações, nas duas exclamações. porque um é pouco, dois é bom, três é demais. não era o que diziam muitos?
ouvia o que diziam mas não ouviam o que era dito, talvez pelo excesso de pausas. já falei que ela amava as pausas? ainda que tornasse tudo muito mais demorado, a pausa representava, pra ela, os momentos de silêncio, de vazio, do olhar sentindo. sabe como é? sentir... ah, como gostava!
não sabia se sabia viver, mas sabia que viver era um texto não linear repleto de exclamações, pausas e pontos finais. todos sentidos.
e os travessões, sempre difíceis, ficavam com as interrogações que inferências poderiam reticenciar.

16/03/2011

existirmos. a que será que se destina?

caetano tem me lembrado sempre de pensar esta pergunta que muitas vezes cisma em se esconder num finzinho de unha do pé, bem longe da massa pensante. ou talvez seja eu quem esteja querendo lembrar sempre. e talvez caetano seja apenas uma via. talvez ela esteja longe pela linearidade ocupar o espaço do movimento circular. pode ser que a verdade, relativa verdade, seja que  enquanto a razão me guia por um lado a emoção me aponta outros caminhos. não sei, não sei. qual poderia ser a palavra que me define neste agora? não sei. mas sei que me sinto como aqui , mais uma vez. pode ser que sejam ciclos - favor não confundir com círculos. ou melhor, confunda com o que desejar confundir. - ciclos, cujas ações, momentos, reflexões, ..., me levem ao abandono da linearidade, indo de encontro à questão escondida no dedinho do pé.

não sei, mas desejo:
ser feliz em cada escolha, em cada dia, em cada momento, ainda que tristes. independente do que isso possa significar!
vida!, vida!, vida!.
a natureza.
a simplicidade.
os amigos de verdade.
paz.
amor.
romance.
músicas.
artes.
vida!

02/03/2011

a espera, em 02 de março de 2011

é como correr rápido na ânsia de chegar agora, ontem, logo.
e quanto mais se corre, menos perto se está.
essa ansiedade, faminta pelo agora, pela vontade, por tudo isso que consome até que se perca o sono.
suga as forças.
e aqui se brinca de pique-esconde com a tal esperança.
a verde esperança.
dizem que é a última que morre, mas insiste em se esconder nos lugares menos prováveis, enquanto as olheiras tornam-se cada dia mais visíveis.
e risíveis.
a sensação é do olhar de cima, enlouquecido de vontade do merecido mergulho nas águas que seguem correndo ligeiras e frias.
vontade quase impossível de vir a ser fato quando se depende do outro, principalmente quando a prioridade deste outro está longe de ser a sua.
o que resta é esperar,
e continuar buscando a esperança escondida.

08/02/2011

entendi que o que importa é a realidade que vem de vez em quando, raramente,
e não a quantidade, pura, simples, quantidade.
e o que importa é a sinceridade, não fútil pela necessidade de contato imediato.
percebi que a neurose vem para os seres pensantes e que às vezes ela é boa,
mas que vale de vez em quando mandar os pensamentos pra longe e se entregar ao vento raro de uma tarde de verão carioca.
descobri que descobertas podem ser desconstruções, e que desconstruções são bem vindas,
e que esse lance de inferno astral funciona como um balanço anual.
estou prestes a sentir a liberdade da conclusão,
da conclusão de uma etapa.
e a conclusão desse registro de compreensões... fica pra depois.

25/01/2011

maria julia

passados dez dias, fui visitá-las.
vestida de vermelho e branco em homenagem ao santo padroeiro, ansiosa e pimentinha, como a mãe, Julinha é uma lindeza!
olhinhos pregados, narizinho empinado e boquinha, segundo a mamãe, como a do papai.
dona de sons suaves, não foge à regra dos últimos bebês cujos caminhos se cruzaram aos meus: gulosérrima!
alguns primeiros registros,inclusive da sagrada mamadinha, foram feitos.
registros para a eternidade e o desejo de muito amor à querida famíla.

12/01/2011

ah, o verão

verão, por que chegas assim?
chegas como uma paixão,
chegas com toda a intensidade, cores, beleza e... devastação.
êta maneira desastrada, meu querido.
assim acabo preferindo a primavera.
a estação do sol ameno e temperaturas agradáveis.
chega de tempestades catastróficas, meu verãozinho.
os deixe viver em paz, nos deixe viver em paz.
ou acabo optando pelo inverno,
aquele das chuvas contidas e elegância evidente.
o inverno dos dias cinzentos.
verão, querido verão.
sei que seu nome já demonstra toda a intensidade que leva consigo.
mas peço que traga-me paz.
traga-me as cores, porque amo cores.
traga-me a alegria.
traga-me todas, outono, inverno, primavera...
os tapetes floridos do outono, traga-me.
traga-me tudo.
mas traga-me com paz.