naquela noite, sabe-se lá por qual motivo, sonhou que mais uma vez era abandonada.
abandonada antes mesmo de começar.
era uma casa grande, em copacabana, tudo uma bagunça, criança, empregada, comida por fazer e a analista. a analista loira e diferente das que já tivera anteriormente. a analista que dissera que não poderia tratá-la.
quando soube ficou desolada – por dentro, claro. nunca foi de deixar sua fraqueza aparecer francamente. nunca. não nessas situações.
e, de repente, um conforto. não ficou sem dizer – ouvir – nada. aquela seria a última mas ouviu umas coisas que valeram. acordou sem lembrar de todas. uma ficou. a estranha zen analista lhe comparou a um lírio fechado, um lírio prestes a abrir, a florescer, a se tornar belo. isso a fez esquecer da sensação de abandono. fixou-se na idéia de que um dia o lírio se abriria para a vida.
acordou sem querer. tomou banho. perfumou-se. vestiu-se de longo, partiu para a vida.
30/06/2010
29/06/2010
vinte e nove de junho
coisas passam, vida segue,
e essa sensação.
de perda, de não pertencimento,
qual máscara me cai melhor?
com que roupa eu vou?
informações aceleradas, cabeça lenta, inflexibilidade a flor da pele.
eu, logo eu, que sempre me achei tão flexível.
quando me pego flexibilizando, não tenho posicionamento,
quando não acontece, sou durona, caxias, quadrada.
difícil achar um meio termo.
preto no branco.
tudo ou nada.
quando comecei?
será que vai até o fim?
tantas perguntas...
não sei respostas,
você sabe?
eu quero leveza.
deixem-me pensares, pesares!
eu quero que a leveza seja sustentável,
tchau kundera,
deixe-me no vazio.
não o vazio sem respostas.
o vazio sem perguntas.
e essa sensação.
de perda, de não pertencimento,
qual máscara me cai melhor?
com que roupa eu vou?
informações aceleradas, cabeça lenta, inflexibilidade a flor da pele.
eu, logo eu, que sempre me achei tão flexível.
quando me pego flexibilizando, não tenho posicionamento,
quando não acontece, sou durona, caxias, quadrada.
difícil achar um meio termo.
preto no branco.
tudo ou nada.
quando comecei?
será que vai até o fim?
tantas perguntas...
não sei respostas,
você sabe?
eu quero leveza.
deixem-me pensares, pesares!
eu quero que a leveza seja sustentável,
tchau kundera,
deixe-me no vazio.
não o vazio sem respostas.
o vazio sem perguntas.
22/06/2010
ufa
tudo quebra, tudo vai,
guarda-chuva, celular,
computador,
até o rabo do gato,
prende, machuca,
sei lá.
incêndio no prédio,
informação em carregamento.
loading.
estranho o tempo,
frio bom, sol escaldante,
corpo cansado.
corpo presente,
roubando livros,
palavras,
significados.
guarda-chuva, celular,
computador,
até o rabo do gato,
prende, machuca,
sei lá.
incêndio no prédio,
informação em carregamento.
loading.
estranho o tempo,
frio bom, sol escaldante,
corpo cansado.
corpo presente,
roubando livros,
palavras,
significados.
09/06/2010
nove de junho
mania de deixar tudo pra última hora,
olhos pregados e textos pra ler -
pramanhã...
a tv mostra festa junina,
e eu quero são joão, são pedro e santo antônio.
quero todos santos - a bahia - e o quentão,
pra me aquecer, pra (m)enlouquecer,
quero isso,
agora,
de volta à história.
olhos pregados e textos pra ler -
pramanhã...
a tv mostra festa junina,
e eu quero são joão, são pedro e santo antônio.
quero todos santos - a bahia - e o quentão,
pra me aquecer, pra (m)enlouquecer,
quero isso,
agora,
de volta à história.
02/06/2010
reflexo das aulas literárias da damasceno
um tempo de instantaneidades, num você faz, no outro desfaz.
pronto, ninguém viu.
.
.
.
mas e as minhas questões?
e a conversa, olho no olho?
.
.
.
num tempo de instantaneidades, aparece o medo.
o medo de falar e não poder apagar.
o medo de não parecer a mesma pessoa que escreveu esse texto,
o medo das aparências.
da desconstrução da aparência que quer pra si.
.
.
.
as palavras que saltavam da boca se tornam calculadas, pensadas e repensadas,
pensadas antes, se não, depois.
medo.
um tempo de instantaneidades e o medo do outro.
o outro outro.
os seus outros.
pronto, ninguém viu.
.
.
.
mas e as minhas questões?
e a conversa, olho no olho?
.
.
.
num tempo de instantaneidades, aparece o medo.
o medo de falar e não poder apagar.
o medo de não parecer a mesma pessoa que escreveu esse texto,
o medo das aparências.
da desconstrução da aparência que quer pra si.
.
.
.
as palavras que saltavam da boca se tornam calculadas, pensadas e repensadas,
pensadas antes, se não, depois.
medo.
um tempo de instantaneidades e o medo do outro.
o outro outro.
os seus outros.
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