19/12/2012

ser

, e esse ser é infinito, cheio de possibilidades
repleto de mudanças ao longo da trajetória
a gente nasce pra ser,
seja lá o que isso queira dizer, nós somos
só não esqueçamos que ser é também não-ser,
porque deixamos de ser o tempo todo
e seguimos,
estando alegres, felizes, tristes, decepcionados, raivosos...
somos
seres
humanos.
sentimos.

08/10/2012

reflexões sobre um céu de fevereiro

estranha essa coisa de estar bem ao mesmo tempo em que cheia de questionamentos. dúvidas somadas ao medo de saturno em escorpião, esse ascendente que renego, optando pela terra do nunca. síndrome de peter pan, embora não tenha sido meu personagem preferido, mas de meu irmão caçula - aquele cujo filhote ainda não fui conhecer. ravi, luz. sobrinho primeiro.
tantas descobertas e desconcertos! o céu me apresenta o que escolhi, cheguei nascendo. ou nascia às 22:45 ou nascia às 22:45. não dei opção. sem possibilitar o efeito anestésico, cheguei. olhos bem abertos, vendo todo o mundo fora do quente e aconchegante útero terezinhático. primeira escolha na vida. será? foi, acho que sim.
independente disso, sei que o céu estava pra peixe, pra água, muita água. 
e pra um certo touro.
e esse céu disse muito sobre clara no dia em que retornou a escorpião.
e agora, com todas as informações nas mãos... não, nas mãos não. aqui dentro, batendo como um mar revolto de emoções. imagino que nas mãos estariam com o saber os passos a seguir. 
sei que as ideias de pisciana típica correram rio abaixo, é o que tenho. 
a angústia de não se saber o que fazer nessa segunda pós tpm. entrando num mundo novo, desconhecido, iluminado pela lua cheia - mesmo que na data de chegada dessa pisciana atípica, tenha sido nova. 
a cheia é a que sempre espero que clareie ideias e sentimentos.
no mais, a entrada em escorpião chegou com o reencontro de amigos queridos e de infância, amigos da escola em que me mantenho ligada ainda hoje, quando o estado me obriga "a exercer o papel de cidadã". 
sigo. acredito. vou. sou. 

21/09/2012

memórias do paraíso

me desculpe o tempo linear, cronológico, mas aqui dentro a coisa funciona diferente.
digo, aqui, dentro de mim.
não poderia começar a trabalhar sem antes expressar as sensações, lembranças e delícias de um lindo fim de semana pré-primaveril.
trata-se de mais uma experiência no paraíso. dessa vez, diferente. mais integrante, mais dentro. cada vez mais, mais, e mais. dessa vez por nós mesmos, ainda que tenhamos encontrado nosso guia amigo, mais amigo do que guia nos dias de hoje. aliás, devo começar por ele, que marcou o começo, saudando-nos com seu abraço apertado de boas vindas e sorriso estampado.
- andré é daquelas pessoas iluminadas, que já fazem o bem só por existir. entende? -
, chegamos e resolvemos dar uma passeada pra entender as transformações pelas quais o paraíso tinha passado - afinal, tinha quase um ano desde a última visita. melhor, para reconhecer aquele espaço tão nosso. logo nos primeiros passos, um carro grande, com um adesivo "<< gentileza>>gera<<gentileza>>" para e, dele, desce um rapaz de dreads - cada vez maiores! - muito familiar. andré!!! indício de que a estadia seria linda. e foi.
proseamos, soubemos das transformações pelas quais nosso amigo havia passado e combinamos uma visita à sua nova loja - que vale, no mínimo, uma olhada pelas coisas lindas: https://www.facebook.com/LojaSalamandra ! -. seguimos pro almoço, no jatô. justo almoço.
passamos na salamandra em seguida, horas de prosa, fotos, xangai, compras, matança de saudade.
(ok, não sei se horas, mas um tempo gostoso. hoooooras!).
à noite, um rock e uma pizza no alquimia precedendo o blues do dotô e música reciclada do vida seca. ê, goiás, quanta gente talentosa você doa a esse brasil!
no dia seguinte, as loquinhas. mas antes, a feira: produtos orgânicos e naturais, roupas de algodão, suquinhos verdes. gente bonita, gente feliz. risadas e lembranças nossas ao ver harebolos.
depois, loquinhas. a mesma trilha que me derrubou, abrindo ferida ainda não completamente cicatrizada  - e que, loucamente, curto que assim seja, me faz lembrar, marcou-me na pele. mesma trilha, paisagem diferente. a secura. bela, bela.
escrevo e sinto, escrevo e (re)vejo.
encanta-me.
o almoço seguido no nosso tapindaré. outra chef, mesma decoração, comidinha ainda deliciosa. de se empanturrar. comemos, comemos, comemos. brigadeiro completou a refeição. e quem me conhece imagina a felicidade dupla: brigadeiro e chapada!
a tarde foi de pôr do sol visto da rua e de mais reconhecimento.
a noite foi de papos gostosos em volta da garrafa de café, pessoas novas, lanchinho no vegetariano cravo e canela - com o quadro que faz lembrar que há vida nos filés da vida. a noite foi de reencontro com isabel, amiga querida. (não necessariamente nessa ordem)
a noite foi de paz. a noite foi de amor.
domingo chegou, último dia. dia de aproveitar como se fosse o último.
volta agendada, ideia na cabeça, uma graninha no bolso, bunda na garupa da moto e cabeça no capacete. rumo às almécegas, hora de vê-las na seca e, finalmente, banhar-me naqueles rios por onde passei com feridas abertas e banhos impossibilitados. lembrava da longa trilha, mas meu nativo moto-taxi-driver, cujo nome - perdão - não me recordo, resolveu relembrar um caminho que fazia há muito tempo, subindo, subindo e subindo aquela estrada de cascalhos e buracos. deserta que só, mas, bonita que só. passava-me confiança, muita. na garupa, corpo ao vento, apreciava o trajeto - que é tão prazeroso quanto estar lá, em qualquer lugar pra onde se vai. caminho de papos com o motoqueiro, nas tentativas de decifrar o que ele falava com aquele sotaque carregado e voz concentrada na área interna do capacete.
chegamos.
paisagem de meio de trilha. alguns transeuntes com cara cansada pelo sol na cabeça seguiam em direção ao lugar pra onde iríamos. marcamos o horário da volta com nossos motoqueiros e seguimos a trilha. dez passos e lá estávamos! não acreditei que nosso amigo tinha cortado tamanho caminho. minhas pernas agradeceram imensamente. meu espírito nem se fala! ainda que a trajeto seja uma parte gostosa, ganhamos horas de paisagens e banhos a mais com esse atalho. (reflexão: ganharíamos por todos os lados, eu sei, mas o caminho traçado deixou-me satisfeitamente feliz.)
mais tarde soube que havia 10 anos que ele não pegava aquele caminho e que não tinha certeza de onde estava nos levando.
emoção!
almécegas 1, tão linda, tão linda! encanta-me. banhos, sol, pessoas, força, renovação, vontade de não mais sair. mas saímos.
rumo à 2.
longuinha a trilha de volta - e viva o motoqueiro!
informações de um rapaz indicavam o início da nova trilha após caminhada de 1km. "pernas, lá vamos nós!". caminhamos 100 metros, prontos para comer poeira como havia sido no dia anterior, no seco caminho pras loquinhas. claudia para, buzina e indaga: "querem carona?". você, que está lendo isso, e que é espert@ já adivinhou a resposta, né? o resultado foi de mais um encontro na vida. agora um encontro paulista. papos e papos no carro e cachoeira. histórias e histórias. mistura de sotaques.
delícia.
almécegas 2, encanta-me. banhos, sol, pessoas, força, renovação, vontade de não mais sair. mais umas trocas. luciana, nordestina - se minha memória não falha, de serjipe. prosas e prosas. trocas e trocas.
hora de ir. vontade de ficar. almocinho gostoso, soneca à tarde, lanchinho no cravo e canela, gergeliko. festival de música instrumental - fagundes que não é o antônio, mas o pablo. música boa. vida.
abraços agora eram de despedida.
saudade começando a apertar.
amor, paz.
soneca pré-viagem. volta acompanhada pela lua que sorria.
minh'alma sorria de volta.


nota: comecei na segunda de piriri e retorno à "cidade maravilhosa". as malas continuaram com as roupas sujas, jogadas no chão do quarto do apê que fica no prédio de muitos andares - até ontem. o biscoito do voo continuou intacto - até alguns minutos atrás. acabou, voltando à vida real, duas semanas após a sexta de chagada. até a próxima.


03/08/2012

tá, tá. tem coisa errada aqui. insegurança, medo. e vontades mil.
tá, tá. mas e aí, o que fazer com isso?
pedir socorro à minha anja da guarda.

16/07/2012

registros de uma segunda-feira

...e sigo achando que não se pode culpar os outros pela sua não-felicidade, ainda que momentânea...
---
e que fique registrado, a vida é simples.
quando não se demonstra problemas, não precisamos apresentar soluções.

14/07/2012

quase um ano depois e a secura das palavras já não me abala tanto.
não agora.
porque a vida é dessas, que oscilam entre o ser isso ou aquilo.
ou não ser.
porque mesmo não sendo, se é.
porque se é o tempo todo.
e mais uma vez volta a ser.
aquilo.
ou isso.
e nesse mar de sentidos, seguimos.


09/07/2012

é essa coisa que cega, ensurdece e da esse frio na barriga, enjôo, ou sei lá o quê.
essa vitalidade que salta de dentro, pra dentro. vontade de escrever, registrar em palvras tudo isso que os olhos vêem e mente processa. acho.
vontade de viver, de experimentar, exprimir. viver!
cansa-se da vontade, não do viver. sem explicações, porque não tem explicação.
um dia, dois dias, uma semana, um ano.
tudo igual, nada muda. tudo igual, tudo muda.
tudo diferente. tudo igual.
nada muda.
eu mudo.
eu muda.

01/06/2012

o querer

em momentos felizes, em momentos irritados, em momentos tristes.
a verdade é que só penso em você.
em estar junto a ti, minha mãe.
nossa mãe, minha chapa.
viver em sintonia com você, no seu tempo, no seu ritmo.
viver em ti, contigo.
ando cansada de buscar-te entre o asfalto, o concreto.
te quero sempre, diariamente.
é certo que há uma utopia neste querer.
mas quero.

26/03/2012

da série "cenas urbanas"

segunda-feira de sol e muito calor no rio de janeiro. uma maravilha para os que não trabalham e podem ir à praia, um tormento pra quem pega ônibus lotado. a cidade arde, queima, e apresenta um trânsito de deixar qualquer são paulo pra trás.
eu, num ônibus que liga a zona norte (quente por natureza) ao centro (idem).
passando pelo túnel que conecta o catumbi à praça da cruz vermelha, avisto um sujeito sem camisa, com uma calça que não sei bem se jeans e uma sacola do supermercado mundial na mão.
num misto de medo e curiosidade, olhava intrigada o que o rapaz, parado próximo a uma goteira, fazia com a sacola - que agora estava apoiada sobre um muro (ou qualquer coisa que o valha).
tirou dois objetos da bolsa plástica.
cada vez mais intrigada, segui olhando.
dois jatos de água caiam do teto e, finalmente, identifiquei o que o rapaz sacara: uma escova e uma pasta de dentes. na maior naturalidade, como quem está no banheiro de casa, pôs a pasta na escova e começou a limpar os dentes. de repente, se meteu sob a água e banhou-se.
não sei ao certo o que senti.
surpresa, sem dúvida.
inveja, pelo frescor que aquela água - ainda que suja, proporcionava naquele momento em que minhas pernas e costas marcavam o banco de suor.
compaixão pelo apelo do sujeito, que fez daquela água suja sua ferramenta de higiene pessoal.
interesse e algum sentimento que a palavra se esconde, pela criatividade em - como diz o ditado popular - fazer do limão, a limonada.

28/02/2012

reflex - indecis - ões

aqui o tempo é outro, o ar é outro, a vida é outra.
aqui, dias de céu azul tem nuvens cinzas.
aqui, o ar transparente é poluente.
o tempo é corrido, por aqui.
é outro.
aqui é tempo, tempo, tempo, tempo, não serei nem terás sido.
e é porque simplesmente não há tempo de ser.
não. quase mentira.
pra ser, basta ser. não precisa de um lugar específico. se é todo o tempo.
mas digo ser o que se aprecia - mais: o que necessita! -, ser.
a vida é corrida.
a vida que faz desacostumar com o tempo desacelerado das manhãs de céu azul e ar puro.
ela lá faz com que os dias passem lentos enquanto se caminha.
e a dúvida traduzida por vinícius, o poeta, permanece intacta...


"Que a vida é esta incerteza que em mim mora
A vontade tremenda de ir-me embora
E a tremenda vontade de ficar."



13/02/2012

incertas certezas.

jogar-me ao vento, mergulhar no mar, nas águas doces do rio, do meu rio. de onde quero sair, com as incertezas e vontades inúmeras, transbordantes.
vontades.
minhas.
correndo atrás das certezas. melhor: da grande certeza de ser quem sou.
embora haja quem ache graça justamente no não se saber quem é, cansei dessa brincadeira.
quero poder dizer, com a certeza, que sou isso.
e ponto.
e é difícil quando se relativiza tudo.
ai, ciencias sociais, por que?
devo seguir pras exatas. certas. destras. daquelas.
não sei quem sou, mas sei que quero.
simples querer. simples viver. simples ser.
nada daquilo que enche os olhos, mas tudo daquilo que enche a alma.
enche e acalma essas inconstâncias paradoxais. enche e eleva.
quero paz, descobri.
e se um dia eu conseguir?


02/02/2012

algumas escritas em rascunhos. inacabadas, como sempre.
em busca de algo que a preencha por inteiro.
uma metade cheia, uma metade vazia. uma metade tristeza, uma metade alegria.
isso. literalmente.
assim como os textos, livros inacabados, leituras inacabadas... tudo meio assim, sem fim.
dar fim... seria este o problema?
não sabia!
aliás "não sei" era sua frase preferida nos últimos tempos.
preferida? não sei... talvez mais proferida e menos preferida.
tantas coisas tão interessantes acontecendo no mundo e ela lá, trancada em seu mundinho.
olhando assustada, sem se jogar às possibilidades de erros e acertos.
mas quem sabe não estivesse se jogando sem perceber?
é! dessas coisas que acontecem e só depois a gente se dá conta.
esperança de ser.
continua sendo.
eterna e interna, a busca.
trabalhando arduamente. ela chega lá.

16/01/2012

ando descabelada, desconectada.
ando assim, meio pensativa, meio mergulhada em mim, meio digerindo as mudanças, meio sem rumo certo.
mudanças por vir, mudanças já vindas.
nessa fluidez maluca, nessa liquidez pós-moderna, sigo sem rumo.