24/12/2014

agradecida, 2014.

foram muitos presentes.
presentes sinceros que a vida trouxe nesse dois mil e quatorze.
presentes para um passado de boas lembranças,
presentes a serem eterna e ternamente agradecidos.
presentes que vislumbram felizes dias no futuro.
presentes que estão no momento presente.

foram muitos presentes.

nas mais singelas ações e situações.
no retorno de pessoas lindas com quem tive o prazer de cruzar os caminhos.
no voltar a ser criança e brincar de pique na casa grande cearense.
no cd ganho de um  anjo taxista em uma rápida passagem por fortaleza,
na lata da barbie recebida com bilhetinhos lindos de minha irmãzinha também lá de cima,
no conserto como "presente de natal" da sandália que teve sua sola arrancada pelas ruas desestruturadas da cidade maravilhosa e por esses pés tropeçantes,
nas folhas rodopiantes que saltam aos olhos sempre que passo por uma árvore,
das cores da primavera que alegram o coração,
na fava recolhida da roça do genro de Patativa e dos inúmeros cafezinhos, regados de afeto e boa prosa vindas do cariri,
dos resultados de provas que fiz - com medo admito - e de reencontrar a capacidade, a qual os olhos insistiam em se recusar a ver,
da casa dividida, por mais um ano, com a melhor amiga que eu poderia ter pra isso,
da música, da dança, das artes, da coragem.
das flores que tornaram a abrir, do lírio que renasceu pela primeira vez desde que aqui chegou, da árvore da felicidade que, tão frondosa está, chega ao ponto de me gritar por um espaço maior.

não vou mentir que também tenha tido seus amargores. e como ignora-los, se são eles, muitas vezes, que nos fazem crescer e reaprender a olhar para a vida?
alguns reflexos continuam no processo de amadurecimento, devem acompanhar por um tempo.
a fé, a gratidão e o amor facilitam nesse caminho.
é com elas que eu vou sempre, num resgate e redescobrimento contínuo desse ser cujos dedos de unhas vermelhas registram em palavras o fluxo circulante por debaixo do que se é aparente.
o resultado é que os amargores também foram presentes nesse processo divino no qual nos encontramos.

ainda é natal, uma semana falta para seu último dia para o término do ciclo 2014.
contudo, já sou grata por todos os presentes recebidos de coração aberto.
venha 2015, venham os 30 anos de uma vida apreciada pelo viver. e que, me permitam todos os seres, animados ou inanimados, visíveis ou não, que assim seja pelos próximos por vires.
que eu me permita seguir da melhor forma.
e que as boas companhias e lindos momentos, registrados em cada marca de expressão e em cada fio de cabelo naturalmente descolorido, permaneçam.

agradecida pelo presente, universo.


17/11/2014

ufa

o desejo é de criar palavras que traduzam o sentir,
tão profundo, tão grande, tão cheio... tão, tão que transborda a ponto de, se fosse água, não faltaria em são paulo, em minas, em lugar algum.
mas as palavras estão secas.
quem sabe pelo fim do ano.
quem sabe pelas histórias recentes, escolhidas por mim.
a fé na vida não me deixa não acreditar que seja passageiro... mas, ufa, tá intenso demais.
talvez sejam as mortes, passagens para o outro plano, de pessoas próximas, pessoas que fizeram parte da minha vida e infância.
talvez sejam os amigos que seguem suas vidas e eu, que esteja sentindo a minha parada.
talvez seja a preocupação em arrumar logo um emprego.
talvez seja tudo isso, talvez seja só um dia.
amanhã vai ser melhor.

16/10/2014

sobre primavera, sobre verdade

os dias de primavera seguem com a luz do sol.
as flores se abrem nos canteiros e colorem as ruas.
os pássaros cantam, ainda antes do sol raiar, anunciando novo dia.
e sei que vale estar aqui, vivendo tamanha beleza.
bela pela simplicidade e verdade que traz em si.
verdade que nós, humanos, às vezes esquecemos de caminhar junto.
verdade, uma ilusão?vem do coração.

21/09/2014

sobre hoje, últimos momentos... sobre bolos.

é assim, o dia está chuvoso e o nó na garganta não desce, não dilui, não desfaz.
é assim, resolvi mudar tudo e... aí?

e aí?

é assim, andei pensando na vida e pensei em fazer um bolo.
nã-não, fiz uma analogia com o fazer o bolo (embora o bolo real esteja entalado na garganta).

foi assim:
há pouco mais de um ano investi meus melhores (?) ingredientes numa massa de bolo diferente. misturei, fiz. e enquanto isso, ri, chorei, mexi e remexi. volta e meia adicionava uma pitada disso, outra daquilo, às vezes achava que estava a massa mais saborosa do mundo. noutras, que estava uma merda.
o fato é que não deu liga, mas insistente me descobri e mantive mexendo, acrescentando tudo que sentia ser pertinente, nos momentos em que iam me surgindo.

é, não deu liga.

resolvi refazer, então.
com coragem para o desapego daquele bolo que estava fadado ao fracasso.
começando pela mudança de um ingrediente básico.
estudei, senti, estudei, senti, resolvi arriscar.
e agora, no momento do risco, porque arriscar é por-se em risco, me pergunto se outros ingredientes não seriam melhores.
apesar disso, percebo que não são só os ingredientes que fazem a delícia do bolo, mas a dedicação das mãos que mexem, do cuidado dos momentos em que cada coisa entra, do forno pré aquecido (quentinho, quentinho... aconchegante), do momento certo da conferência de seu crescimento.
arriscando novos e velhos ingredientes.
com cuidado a cada nova etapa.
com disposição, pero no mucho, as mãos andam cansadas.
e o coração continua a caminhar.

23/07/2014

cariri, tô voltando!

a gente volta.
e não se sabe se o que encontraremos será como as marcas da primeira vez em que estivemos, as marcas felizes, de alegria.
sempre volto.
e a cada vez que voltamos, uma nova oportunidade, um novo sentido - daqueles que são rumo, mas também daqueles que nos tocam, dos que sentimos.
nem sempre voltar é retroceder. voltar pode ser, e é, se permitir experimentar aquilo de novo. reavivar os melhores momentos em nossa memória física e mental.
voltar é se permitir.

21/05/2014

até breve, chapada do araripe.

uma chapada que não é a das cachoeiras de águas azuis.
uma chapada com a força do sertão, com a beleza do verde pós chuvas.
uma chapada que, convencida fui, já foi mar.
lugar com mais do que paisagens lindas, com pessoas.
das pessoas: histórias, olhares, vida.
saio com a beleza dos encontros, com a beleza da cultura, com a beleza da despretensão do  fazer a diferença.
e com isso, a diferença se faz genialmente.
um pedacinho de terra que nós, fruto da cidade grande, pouco ousamos imaginar.
uma chapada de crianças brincando e aprendendo.
e de crianças aprendendo brincando.
tudo tão tão que meu coração já fica apertado pela partida.
e não larga da ideia de voltar.
voltar logo, já.
coração aberto para aprender.
aprender a ser com a genialidade e simplicidade das vidas que por aqui encontrei.
eu vou.
e comigo carrego cada doce encontro, cada olhar e histórias deste lugar mágico e apaixonante.
portas abertas, coração aberto para os novos caminhos.
já já nos reencontramos.



27/01/2014

outras paisagens urbanas

quintino, bairro da zona norte carioca.
trem, meio de locomoção da metrópole.
sobretudo do subúrbio e zonas mais afastadas da (zona sul da) cidade que dizem maravilhosa.
estação de trem de quintino, sentido madureira.
local de passagem diária.
na parede, são jorge, o guerreiro ogum.
uma pintura e uma oração ao santo orixá.
ao lado, debaixo das escadas, uma casa imaginário-real.
uma senhora faz daquele espaço sua moradia.
todos os dias limpa, varre.
a casa: um fogão que, curiosa fico, está em funcionamento?
sofá e embrulhos.

varre, varre, varre.
varre sua tristeza para longe da casa.
varre seus fantasmas pra rua, que, tão próxima, se torna... o que?!
varre.
limpa e faz da fantasia a realidade.
com seu pano na cabeça ela faz da realidade, a fantasia.

05/01/2014

carta a um novo ano

Querido, como esperei sua chegada!

Não queria criar expectativas, mas elas existem alheias a nossa vontade, alheias a qualquer querer. 
O fato é que sua força e presença me tornam tão feliz e esperançosa! 

Veio num pós mergulhos repletos de gratidão e axé naqueles mares de transparência esverdeada e beleza. 
Não sei o que nos aguarda, só sei que estou tomada por uma, repito, esperança - quase infantil, admito. 

Seu antecessor não me deu trégua: casamento desfeito, mudança de emprego, de casa(s), pé quebrado, paixões desfeitas... 
E muita alegria e aprendizado também, sei reconhecer: muitos encontros de alma, e reencontros!, espiritualidade e fé afloraram (saravá!), poesias, viagens... novos ares, novos olhares, como pedi e senti. 

O que nos aguarda?
O tempo, dos deuses mais lindos, responderá. 

Aí vão uns pedidos: saúde (sempre, sempre!), amor, paciência e paz para encarar o porvir da melhor forma. Luz, muita, para continuar nutrindo esta fé que me alimenta a alma. Olhar de criança, atenta e encantada com cada mínimo detalhe da vida pulsante em cada cena. Coragem - que ela se mantenha aqui dentro, me impulsionando a seguir em frente. Porque a vida é linda, e estar aqui uma delícia. Mesmo com o calor desses seus primeiros dias, mesmo com os sonhos inusitados, mesmo com tanto apesar de. Viver é bom demais.

Venha, me tome, me alegre, me entristeça quando necessário, me acompanhe e guie. 
Estou aberta a você, meu querido. Alegria, alegria! Você chegou!

Me despeço deste início com um abraço bem apertado, um beijo bem caloroso e gratidão incondicional.