eu nasci branca,
branca, clara.
não alva,
nunca alvo.
não pela pele ou traços.
eu nasci branca.
para um país racista,
sou privilegada.
não quero ser preta.
não consigo me pensar
a branca mais preta do brasil,
como já andaram fazendo por aí.
eu nasci branca.
sei o que é ter privilégio.
levar vantagem sobre corpos outros
é o que a cor da minha pele e meus traços permitem.
dou nome a ele,
para que não esqueça
que ser branca é sinônimo de ter privilégio.
precisamos quebrar essa pacto subjetivo
da manutenção de privilégios.
porque eu nasci branca e eu quero que pretos
saibam o que é circular sem medo.
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