29/08/2005

"eu prefiro ser, essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo..."

E prefiro, realmente, embora tenha a consciência de que não é fácil.
Não gosto de me enquadrar em grupo algum, não gosto de preconceito, não gosto de funk e não gosto de tantas outras coisas.
Mas estou enquadrada em um (???) grupo, tenho preconceito, ouço funk e faço a maioria dessas tantas outras coisas as quais me referi.
Todos, sem excessão, vivemos dentro dos padrões impostos pelo sistema.
Tanto aquela menina-moça que vai casar virgem, de branco, numa igreja linda e florida, quanto aquela que se revolta com a maneira dita correta de viver, justificando com isso, suas relações sexuais inconstantes e as drogas usadas (e abusadas) constantemente.
Se tivesse que me enquadrar em um desses grupos hoje, não sei em qual seria.
Acho que aí está o grande xis da questão. Sou virgem, sim. E revoltada também (e muito!), mas não uso drogas ou coisa que o valha, não roubo, picho muros e fachadas ou me meto em brigas por conta disso.
E é aí que entra o meu preconceito (filho da puta, ao qual eu tento resistir mas não consigo): critico as menininhas que vivem em seus mundinhos medíocres e, tudo o que querem é um marido que seja exatamente aquilo que os pais foram pra elas até então, assim como critico as que saem por aí injetando, fumando, dando pra qualquer um.
Repito a filosofia de que cada um faz da sua vida o que bem entende, entretanto, não me vejo suficientemente madura para conseguir aceitar isso na prática.
O engraçado é que as pessoas que têm as mesmas filosofias e pensamentos que eu, são as consideradas revoltadas. Por conta disso, eu teria que, ao menos, 'engolir' tudo isso que vai contra o meu modo de agir por só encontrar nelas as idéias similares. Por outro lado, as menininhas frágeis e completamente dependentes agem, em alguns aspectos, como eu.

Ai, que crise de identidade!

No meio dessas coisas começo a pensar: quem eu sou realmente? A menininha ou o porra-louca?
Será que pra enxergar o mundo como eu enxergo, é preciso se dopar? Será que por esperar um alguém especial eu preciso ser alienada e/ou submissa?
Só sei que fazendo isso ou aquilo pra me encontrar em algum grupo, estarei, de qualquer forma, aderindo às normas impostas.

Consegues perceber o que quero dizer?

Sei que falei de problemas muito específicos e que isso é muito maior, muito mesmo. Não espero que compreendam por completo, considerando que nem eu consigo fazê-lo. Ele me serviu apenas como um desabafo.


Um comentário:

Anônimo disse...

o sistema esta ai para enquadrar pessoas e ditar normas irreais e impostas.

o ser inteligente entende a tudo embora nao aceite, mas finge participar, justamente para nao ser classificado pelos outros de alienado.

identidade permanece, mas ideias podem mudar. o que se ve por fora, nao eh exatamente o que se tem por dentro.

aceite o mundo como ele eh. e curta sua vida da maneira que voce pode... aproveite, a vida passa rapido!

cultue o maior de todos os tesouros: a amizade

viva o amor...

beijos