20/05/2009

sempres...

sempre penso em coisas para escrever aqui.
sempre penso, ao sentir um cheiro de mato numa tarde de outono, sobre escrever a respeito disso.
sempre, sempre, sempre.
e nunca.
hoje resolvi escrever.
devo estar sintonizada com o mundo.- exagerada, sempre. sintonizada, de vez em quando. -
duas vezes, na última semana, escrevi e-mails para duas pessoas sobre assuntos diferentes ao mesmo tempo em que recebi e-mails delas falando sobre os mesmos assuntos.
na manhã desta quarta-feira de chuvas estranhas, peguei um ônibus cheio, sem lugar pra sentar e fiquei perto de uma senhora com um cabelo esquisito, todo grudado, com creme de pentear unindo grupos de fios. cabelos mais claros que os da xuxa, ex-rainha dos baixinhos. me deu nojo.
tentei transferir minha atenção para outra situação. funcionou.
consegui um lugarpara sentar. abri meu Yalom e não consegui parar de ler.
até que meus instintos indicaram que estava na hora de parar. meu ponto se aproximava.
marquei a pagina, fechei o livro.
olhei para o lado.
adivinha?!
uma moça de cabelos curtos, cacheados - mas claros e soltos, lia o mesmo autor. o meu autor. o livro maravilhoso que emprestei à minha irmã.
deu vontade de conversar sobre.
me contive.
pensei em escrever aqui.
sempre escrevo quando vale.

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