29/04/2013

reflexões sobre uma transformação de outono

outono, a estação das folhas secas, das árvores desnudas,
a estação de renovação.
quem disse ser fácil descobrir-se das cores que enchem e acalentam?
e como ignorar o que há por debaixo?
(ou por cima!)
como ignorar a flor que dá na ponta do galho seco?
delicadezas da vida.
o olhar a natureza, que ensina e eleva.
transporta.
transborda.
e o medo?
ah, esse danado, que tensiona os ombros.
tira o sono, deixa num estado meio... stand by (?).
a espreita, de mim, do outro, da vida.
não, nunca tive a intenção de magoar ninguém alguém,
ninguém alguém: você, eu, todos nós, envolvidos nessa tal felicidade.
felicidade. pode ela difarçar-se por tanto tempo?
não, não acho.
somos felizes, fomos.
e sinceros.
sinceridade.
é esta a chave quando a felicidade se perde pelos caminhos da vida.
e é atrás dela que estou correndo.
não quero ultrapassá-la, mas acompanhá-la.
sempre. na vida.
a gente aprende a lidar com a dor,
a gente aprende a sentir o que se sente. e é isso.
não quero o medo que desestabilize, congele.
quero o medo do saber poder não ter sido aquele o caminho.
o quero por saber ser real, o quero pra minimizar os impactos da vida vivida.
o quero por prevenção.
não por deixar de viver.

- ai, que medo!

voltemos ao outono,
será que ele sente medo?
não, não deve.
pelo simples saber que virá o inverno - tempo da maturação da nudez, de recolhimento e friozinho,
a primavera - tempo de florescimento, de cores, de vida transbordante,
e o verão - tempo de luz, força, calor, intensidade da vida.
não, não deve sentir medo.
pelo simples, saber-se outono.

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