sempre ouço que aqui no Brasil, infelizmente, só se pode ser alguém se tiver um canudo na mão - não me interpretem mal, por favor... quando digo canudo, me refiro ao tão valorizado diploma.
há quase meia década - god, estou ficando velha! - cheguei a cursar alguns períodos de jornalismo, e, confesso, não foi algo que tenha me encantado muito, embora adorasse algumas matérias teóricas.
há dois anos e, quase, meio, entrei para a graduação de Política e Produção Cultural e descobri ser uma amante da vida acadêmica.
amo os textos, as discussões e as pesquisas.
porém, mesmo apaixonada pelos estudos, sempre rola uma crise.
e são nesses momentos que ouço a frase que iniciou esse post.
mas a decisão que me dá um novo olhar sobre essa cultura do canudo, que insistimos em preservar, também me deixa um pouco confusa.
sinto muito quando penso nos meus colegas que estão concluindo a universidade agora, se matando para escrever suas monografias.
mas eu sinto pelo valor agregado ao diploma, não pelos conhecimentos adquiridos, que, certamente, os fizeram crescer e olhar a vida de forma mais crítica.
por outro lado, cruelmente, vibro pelo possível despero dos que entraram para a universidade apenas para obterem o tão sonhado canudo.
vibro pelos que pouco aproveitaram as informações passadas, que só se preocuparam com as chopadas e bebedeiras nas esquinas. (não que as bebedeiras nas esquinas não sejam deliciosas, mas cursar a universidade não pode se reduzir a isso.)
vibro, acima de tudo, pelo desespero dos que mantiveram a postura de alunos do ensino médio , dos que mativeram a política de "estudar pra passar" e deixaram de aproveitar o melhor que a universidade pode oferecer - o prazer pelo conhecimento, o universo de infinitas cores que cabe em cada um de nós.
agora, o curioso, é que temos um presidente da república que não frequentou a universidade.
o mais curioso é que muitos de meus colegas politizados, que pegam seus diplomas de jornalismo este ano ainda e, por isso se sentiram injustiçados com a sentença, defendem fortemente a gestão do Lula.
estranho, não?
não sou ninguém para falar verdades.
mas a minha verdade - de hoje, vale ressaltar... - é que a questão do diploma é cultural e precisamos desconstruir a imagem de que só quem tem diploma é qualificado.
não desvalorizo a formação acadêmica, afinal, estaria me auto-desvalorizando pois pretendo não apenas ser bacharel, mas estudar muito e tornar-me, no mínimo, mestre.
mais que isso, pretendo lecionar em universidades.
gosto da idéia da liberdade de se poder ser o que se é e o que se quer, sem estar preso à idéia de um canudo.
valorizo o aprendizado pelo conhecimento, não apenas pelo reconhecimento do mercado.
a idéia de que só o canudo te leva a um bom lugar pode ser muito equivocada por transferir o valor para um objeto, uma imagem construída e deixar de valorizar o que realmente importa - a expansão intelectual.
---
talvez tenha sido prolixa.
se fui, desculpem.
tentei organizar as idéias e colocá-las da melhor maneira.
pra mim.
e pra vocês.
há quase meia década - god, estou ficando velha! - cheguei a cursar alguns períodos de jornalismo, e, confesso, não foi algo que tenha me encantado muito, embora adorasse algumas matérias teóricas.
há dois anos e, quase, meio, entrei para a graduação de Política e Produção Cultural e descobri ser uma amante da vida acadêmica.
amo os textos, as discussões e as pesquisas.
porém, mesmo apaixonada pelos estudos, sempre rola uma crise.
e são nesses momentos que ouço a frase que iniciou esse post.
mas a decisão que me dá um novo olhar sobre essa cultura do canudo, que insistimos em preservar, também me deixa um pouco confusa.
sinto muito quando penso nos meus colegas que estão concluindo a universidade agora, se matando para escrever suas monografias.
mas eu sinto pelo valor agregado ao diploma, não pelos conhecimentos adquiridos, que, certamente, os fizeram crescer e olhar a vida de forma mais crítica.
por outro lado, cruelmente, vibro pelo possível despero dos que entraram para a universidade apenas para obterem o tão sonhado canudo.
vibro pelos que pouco aproveitaram as informações passadas, que só se preocuparam com as chopadas e bebedeiras nas esquinas. (não que as bebedeiras nas esquinas não sejam deliciosas, mas cursar a universidade não pode se reduzir a isso.)
vibro, acima de tudo, pelo desespero dos que mantiveram a postura de alunos do ensino médio , dos que mativeram a política de "estudar pra passar" e deixaram de aproveitar o melhor que a universidade pode oferecer - o prazer pelo conhecimento, o universo de infinitas cores que cabe em cada um de nós.
agora, o curioso, é que temos um presidente da república que não frequentou a universidade.
o mais curioso é que muitos de meus colegas politizados, que pegam seus diplomas de jornalismo este ano ainda e, por isso se sentiram injustiçados com a sentença, defendem fortemente a gestão do Lula.
estranho, não?
não sou ninguém para falar verdades.
mas a minha verdade - de hoje, vale ressaltar... - é que a questão do diploma é cultural e precisamos desconstruir a imagem de que só quem tem diploma é qualificado.
não desvalorizo a formação acadêmica, afinal, estaria me auto-desvalorizando pois pretendo não apenas ser bacharel, mas estudar muito e tornar-me, no mínimo, mestre.
mais que isso, pretendo lecionar em universidades.
gosto da idéia da liberdade de se poder ser o que se é e o que se quer, sem estar preso à idéia de um canudo.
valorizo o aprendizado pelo conhecimento, não apenas pelo reconhecimento do mercado.
a idéia de que só o canudo te leva a um bom lugar pode ser muito equivocada por transferir o valor para um objeto, uma imagem construída e deixar de valorizar o que realmente importa - a expansão intelectual.
---
talvez tenha sido prolixa.
se fui, desculpem.
tentei organizar as idéias e colocá-las da melhor maneira.
pra mim.
e pra vocês.
Um comentário:
Muito bom Clara!!
Mais tarde convrsamos sobre
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