15/05/2025

ciranda dos dias

 fui dormir de cabelo molhado,

o cabelo acordou incrível.

eu, às 4h11, não.

mas a vida seguiu,

a cabeça girou em soluções.

consegui resolver o imediato.

mas e o por vir?

a angústia toma o corpo.

preciso produzir,

preciso produzir,

preciso receber, tenho que dar conta.

o dinheiro não vai dar.

preciso rumar novos caminhos.

cadê?

o corpo toma a angúctia pra si.

deixo de sentir.

coloco musicas que não sei letras,

e nem quero saber, entender.

quero sentir.

qualquer coisa que não seja ruim.

sufocada por tantas emoções,

não consigo dissolver a raiva.

quero respostas agora,

apagar o que passou.

olhar pra frente,

pr'um horizonte que possa ser redesenhado.

viver é coisa difícil,

mas insisto.

persisto.

ainda vejo beleza,

me alivio.

coloco músicas que desconheço.

em idiomas que não domino.

resisto.

e sigo.

mais um dia.


14/04/2025

fim

 depois da raiva, a tristeza.

abro caminho, 

deixo ela chegar.

chega pelas águas que escorrem no rosto.

é muita, não represo. 

o coração bate, 

pesado, num ritmo que desconheço.

tento respirar fundo,

as vias entopem, sei que o ar passa.

sei porque sigo viva,

não porque sinto.

só consigo sentir essa dor que vem sei lá de onde,

pesa no corpo.

chorei com filmes,

são companheiros certeiros pra essas ocasiões.

chorei com sons.

e com lembranças de tudo o que

poderia, deveria e conseguiu

ser.


o dia começou chuvoso.

abriu em sol.

confio.


o choro vem

e deixo escorrer

abro caminho

pro sorriso seguir.

26/01/2025

insuficiência

falta ar pra dar conta de tudo o que se vê

de tudo o que se sente


o agora

nem sempre presente


seguimos em fluxo

nele o por vir se apresenta


com o que você se contenta?